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'Média de casos novos está caindo', comenta especialista sobre cenário da pandemia em Santa Maria

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Foto: Pedro Piegas (Diário)/
Marcos Lobato, médico epidemiologista da Vigilância em Saúde, participou de entrevista ao vivo no Direto da Redação desta segunda-feira

Desde o final de agosto, os santa-marienses viram o número de casos de Covid-19 na cidade aumentar expressivamente. A Vigilância Epidemiológica chegou a receber mais de 100 notificações por dia em setembro. Há três semanas, no entanto, os indicadores no município - elaborados pelo Observatório de Informações em Saúde da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com base nos dados enviados pela prefeitura - apontam uma queda, o que pode indicar que o pico da doença até agora já passou.

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Conforme o médico epidemiologista Marcos Lobato, da Vigilância Municipal em Saúde, os dados observados até o momento apontam uma certa estabilidade, mas ainda é preciso aguardar mais tempo para avaliar. Na manhã desta segunda-feira, o especialista, que também é coordenador do Centro de Referência Municipal de Covid-19 e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), participou ao vivo do programa Direto da Redação, na TV Diário e no Facebook, e falou sobre a situação da doença no município (veja a entrevista completa abaixo).

- Com os dados que a gente tem até agora, dá para dizer que passamos pelo pico de maior número casos. Temos tido um número mais ou menos constante na média de casos. Se isso se estabelecer, devemos, então, confirmar essa informação - comenta.

No entanto, o médico alerta para o fato de que os números refletem a forma como as pessoas têm se comportado em relação ao vírus na cidade:

- Tudo que acontece em um determinado momento é consequência dos nossos atos de semanas antes. Agora, estamos em um momento pós bandeira vermelha, em que as pessoas se contiveram e se preocuparam mais, porque infelizmente tivemos um número grande de óbitos. Se as pessoas voltarem a circular mais, tomarem menos cuidado e se tiverem menos rigor no distanciamento e higienização, os casos vão voltar a crescer. Mas se o comportamento se mantiver em um nível adequado de prevenção, evitando aglomeração, fazendo a higiene correta e usando máscara, devemos manter o número mais baixo e decrescer um pouco.

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O especialista usa como exemplo a segunda onda de Covid-19 que atinge países da Europa e do hemisfério norte, de maneira geral, que enfrentam novos recordes nos últimos dias, após flexibilização das atividades sociais e econômicas.

- Eles tiveram a chegada do vírus, tiveram um grande número de casos, tomaram as duas medidas, foi reduzindo, retomaram as atividades e as aulas, e agora têm um novo pico. Provavelmente nós teremos que nos acostumar com esse vai e vem. São momentos em que a gente tem um aumento do número de casos e não mais um único pico, mas vários, e momentos subsequentes em que talvez tenhamos que aumentar a restrição de circulação de pessoas, fechar comércio, suspender aulas presenciais, para esperarmos reduzir o número de casos, até que tenhamos uma vacina eficaz. Isso é parte do que chamam de novo normal. Não temos como ficar em isolamento indefinidamente - explica.

Por conta disso, Lobato comenta que as medidas de isolamento e cuidados de higiene e limpeza devem ser mantidas, e ações de vigilância em relação às aglomerações precisam ser constantes, para evitar novos picos e sobrecarga do sistema de saúde.

TESTAGEM
Em relação aos testes realizados na cidade, Lobato explica que a oferta de coleta está sendo ampliada para algumas unidades de saúde. As equipes das Estratégias Saúde da Família (ESFs) estão sendo capacitadas para, em breve, fazer a testagem das pessoas cadastradas nestes locais, vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). A ideia é ampliar, também, a oferta de exames para as gestantes.

Enquanto isso, quem apresentar sintomas de infecção pelo novo coronavírus, deve seguir a orientação de procurar por um serviço de telemedicina, que encaminha os casos suspeitos para a Vigilância, que faz o agendamento do teste por telefone.

- No Centro de Referência, além de fazer a vigilância e acompanhamento dos casos, fazemos coletas, principalmente dos exames moleculares, do tipo RT-PCR. As pessoas podem acessar o serviço por demanda livre, podendo chegar e solicitar. Nós temos feito entre 80 a 100 exames por dia ali. Além disso, temos a UPA, que é 24 horas - relata.

As agendas de coletas de amostras para testagem no Centro de Referência são abertas no início da manhã e início da tarde. Em caso de dúvida, a pessoa pode entrar em contato pelo telefone (55) 3220-0390, disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O Centro de Referência Municipal da Covid-19 fica na Rua Conrado Hoffman, 277, Bairro Nossa Senhora de Lourdes.

ATIVIDADES
Com as temperaturas aumentando, a aproximação das férias de final de ano e com o aumento da circulação das pessoas em bares e restaurantes, após a revisão dos protocolos de segurança em relação à execução de música ao vivo, o médico recomenda: a retomada de atividades sociais, de lazer e esportes, precisa ter limitações.

- A gente não sabe quando vamos poder retomar totalmente, provavelmente só depois de uma vacinação em massa. Em relação aos bares, não dá para ficar em ambientes fechados, sem ventilação, e as pessoas terão que usar máscara a maior parte do tempo. A recomendação é que se tenha atividades em áreas arejadas e preferencialmente em ambientes abertos. As pessoas que estão se expondo, que vão para as ruas, que vão para os bares em geral são as pessoas que transmitem com poucos sintomas, e vão levar o vírus para as pessoas que são mais sensíveis. É um cuidado que temos que ter - afirma.

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